Estudo mostra que a maneira como as linhas de Shakespeare são
estruturadas favorece a capacidade de compreensão e pensamento. Entenda o que é
a “mudança funcional” presente nos textos do autor
Já se sentiu mais inteligente após ler um livro
considerado “alta literatura”? De acordo com o professor Philip Davis, que
ensina Inglês na Universidade de Liverpool, isso acontece com frequência, especialmente
após a leitura das obras de William Shakespeare. Isso se deve à maneira como as
linhas são estruturadas, a chamada “mudança funcional”.
Esse efeito na capacidade de pensar acontece porque
o famoso escritor inglês criou efeitos dramáticos se aproveitando
explicitamente da relativa independência em nível neural da semântica e da
sintaxe na compreensão da sentença.
Para entender se o fenômeno era cientificamente
verificável, o professor Davis fez um estudo com diversas pessoas, pedindo a
elas que lessem algumas linhas de Shakespeare enquanto estavam ligadas a
equipamentos de encefalografia. Entretanto, em torno de cada uma dessas frases
de mudança funcional também foram fornecidos três contra-exemplos, mostrados na
tela em ordem aleatória. Os voluntários tinham que apontar se as frases faziam
mais ou menos sentido.
Os resultados dos testes concluíram que os participantes
compreenderam de forma mais ampla as linhas mais complexas, uma vez que tinham
lido uma linha com o deslocamento funcional de Shakespeare.
Isso significa que, enquanto a mudança funcional de
Shakespeare foi semanticamente integrada com facilidade, um processo de
reavaliação sintática foi desencadeado, provavelmente para aumentar a atenção e
dar mais peso à sentença como um todo.
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