“Não são as circunstâncias em si que nos afetam, mas nossa posição diante delas”“Viver significa aprender, não importando que o indivíduo acerte o fato ou não.” Thorwald Dethlefsen
O que fazer diante das fases de transições em nossas vidas em que somos “pegos de calça curta” por algum acontecimento do destino, como casamentos, divórcios, mortes, nascimentos e mudança na vida profissional?
Apesar de muitas vezes essas “crises” se anunciarem em nossas vidas muitos antes da concretização dos fatos, não prestamos atenção aos sinais dados, como um descontentamento aqui e uma insatisfação acolá. Vamos, sim, empurrando o incômodo para baixo do tapete, até que tudo vem à tona, virando nossa vida de ponta cabeça como um grande e devastador terremoto.
Tudo parece ficar caótico e ameaçador. Mas, se olharmos de forma mais ampla, as crises nos convidam à flexibilidade e ao risco. É o momento do despertar da consciência, onde temos que morrer para o que é velho. Podemos nos recusar a mudar ou podemos parar e nos perguntar: “O que eu posso aprender com este desafio?”. É chegado o momento das escolhas, de novos valores, de assumirmos um novo compromisso conosco, com a vida.
Num primeiro momento, queremos achar um culpado externo para todas as nossas mazelas. Nos perguntamos: “Por quê Eu?” “O que fiz de tão errado para merecer isto?”. É neste ponto que a mudança se inicia e nossas crenças são desafiadas. Ficamos um bom tempo com o olhar voltado para fora, em busca de respostas ou culpados. Aqui, é importante não ficar preso às questões “Quem fez o quê para quem”, evitando solidificar uma postura de vítima. Lembre-se: Identificar, compreender e assumir responsabilidades pelas nossas reações é o caminho do auto-desenvolvimento.
Na segunda fase, passamos a olhar para dentro e, conseqüentemente, mudamos nossos questionamentos: “Como foi que cheguei a este ponto?” “Como não percebi antes?” “E se…?”. Este é ponto em que estamos mais sensíveis, trocando de pele. A vestimenta anterior já não nos serve mais e ainda estamos muito frágeis para nossa nova pele. Precisamos ficar recolhidos, protegidos, até que este ciclo se complete.
Já o próximo estágio pode chegar de mansinho ou vir de forma inesperada. É agora que começamos a nos abrir para o novo. Passamos a nos perguntar: “Por que não?”. Novas idéias, experiências, pessoas, livros vão chegando a nossas vidas e nos auxiliando a “ver” e entender o que se passou conosco. Nunca mais seremos os mesmos.
Finalmente chegamos ao “E agora, o que vou fazer com o que sou hoje?”. É tempo de transformar antigas mágoas, medos, ressentimentos. Neste ponto, muitas vezes olhamos para trás e vemos que a antiga forma já não passa de apenas uma lembrança.
A mudança não é uma obra do acaso. Quando aprendemos com ela, vamos assumindo um compromisso pessoal de crescimento. Apesar de nos ameaçar, cada mudança poderá se transformar numa iniciação, em um rito de passagem que marca um começo e um fim. Ela se transforma em uma renúncia para podermos receber um bem maior.
Bons ventos lhe soprem!
Márcia Lucena
Nenhum comentário:
Postar um comentário