terça-feira, 19 de agosto de 2014

Políticos e o Povo

Pe. Matias Soares
Pároco de São José de Mipibu - RN

A política é uma arte humana. Fruto da ação das pessoas. Onde existe ser humano, aí existe política. Os “profissionais” desta prática não aceitam esta assertiva. Eles não podem aceitar, pois faz parte do jogo do poder. Nenhum outro agrupamento que não veja a política como estratagema de manutenção do poder e dos ganhos pecuniários tem nada a dizer, ou pior, não pode dizer. Estes se tornam inimigos. Devem ser perseguidos, desacreditados e assassinados moralmente para que não tenham nenhuma credibilidade. É o “jogo sujo” dos que não têm estrutura moral, nem intelectual para avançar com competência e honradez.


Não podemos esquecer que em meio a tudo isto está o povo. Estamos inseridos num povo. Somos livres e sê-lo implica em dizer que podemos... O povo é aquele que pode. Nos desenvolvimentos da política o que está em jogo é sempre o poder para fazer. Ou o individual faz por si ou alguém é escolhido para fazer pela coletividade. O poder emana do povo e deve estar em favor do bem deste povo. Nos nossos dias, a política tornou-se um negócio e, por sinal, bem lucrativo. Mesmo quando não ganham, lucram! Como observamos estas facetas nalgumas realidades!

Devido a estas observações, vemos amiúde como os políticos veem o povo. Para estes o povo é só objeto para que estes possam “estar” no poder. Basta oferecer pão e circo e tudo está resolvido. Vejam a concepção da política romana e que é tão praticada nalguns contextos modernos. O povo despolitizado se deixa enganar com muita facilidade. Na Pós-modernidade, surgiu um agravante: Os meios de comunicação, quando não agem com ética e visam também os seus interesses econômicos, sem nenhum compromisso com a verdade e com o bem social, contribuem para que as mazelas sociais perdurem, e que a escravização e exploração do povo sejam agravadas.


O povo ainda pode acordar. Ainda pode interpretar a realidade. Os atores sociais comprometidos com a justiça e a liberdade precisam ter um senso de responsabilidade mais aguçado. É questão de valores. Os nossos princípios parecem estar adormecidos e tem muito pilantra se aproveitando disto para, mesmo sendo portador de tanta mediocridade, continuar cometendo atrocidades de modo tão irresponsável e sem nenhum compromisso com a verdade e a justiça. 


A política tem que ser amiga da gestão/administração. Esta última exige planejamento, organização, ética, respeito pelo bem da coletividade, honestidade, empreendedorismo, trabalho em equipe, respeito ao que é da comunidade, relação dialógica com as instituições e outras preocupações afins. 


Por fim, as pessoas que votam naqueles políticos que tratam o povo como objetos de manipulação e que não têm compromisso com o bem comum, estão fazendo muito mal, não só a si, mas também ao futuro do país. Para estes profissionais da política o que vale do povo é o voto. Só isso. A dignidade das pessoas não vale nada. Eles não têm amigos, nem parceiros. Todos ao seu redor não passam de coisas que podem ser compradas com o “dinheiro público” e só têm serventia enquanto baixarem a cabeça para suas palavras e atrocidades. Mas não podemos perder a esperança que a racionalidade e o bom senso podem sempre oferecer uma luz para que muitos saiam da caverna. Assim o seja!

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

No último andar é mais bonito:
do último andar se vê o mar.
É lá que eu quero morar.

O último andar é muito longe:
custa-se muito a chegar.
Mas é lá que eu quero morar.

Todo o céu fica a noite inteira
sobre o último andar
É lá que eu quero morar.

Quando faz lua no terraço
fica todo o luar.
É lá que eu quero morar.

Os passarinhos lá se escondem
para ninguém os maltratar:
no último andar.

De lá se avista o mundo inteiro:
tudo parece perto, no ar.
É lá que eu quero morar:

no último andar.
Cecília Meireles

domingo, 10 de agosto de 2014

Feliz dia dos Pais!!

Hoje é o dia dos pais, e este vídeo mais que uma homenagem, são depoimentos emocionantes de pais de filhos gays. Lindo, lindo! Será que eles já desconfiavam? Como descobriram? E a infância dos meninos, como foi? Possuem medo dos comentários alheios? E o que dizer aos outros pais que também tem filhos gays? Assista, emocione-se e passe essa mensagem a diante. E Feliz dia dos Pais!!!



quinta-feira, 7 de agosto de 2014


"A felicidade pode ser encontrada mesmo nas horas mais difíceis, se você lembrar de acender a luz."
Albus Percival Wulfric Brian Dumbledore

domingo, 3 de agosto de 2014

Cresci... Vivi... E Superei o Preconceito!


Qualquer semelhança com a realidade talvez não seja mera coincidência!!!


Eu cresci numa família tradicional de uma cidade pequena, fui educado da mesma forma que todas as outras crianças, mas eu nunca fui igual a elas, por dentro eu sempre me senti “diferente”. Desde a minha infância, eu sempre soube que algo estava “errado” nas minhas escolhas, nas minhas vontades. Não gostava das mesmas coisas que os meninos gostavam, das mesmas brincadeiras, jogos, esportes. Não que eu gostasse de brincadeira de meninas, nunca gostei de bonecas, se é isso que querem saber.
Cheguei a adolescência já refém do medo que essa “diferença” causava, o sentimento de vergonha era muito grande e me afligia, me sentia encurralado pelo preconceito que eu já via estampado dentro de casa, pela culpa de não ser do jeito que eles achavam que era o certo, pelo temor da rejeição e pela tortura de ter que esconder esse segredo da família e dos amigos.
Vivi por muitos anos na mais profunda solidão. Meus pais podem dizer que sempre foram presentes, mas no momento em que eu mais precisei o preconceito deles não deixou que me enxergassem, que me vissem ali encolhido no canto, sozinho.
Preferiram fingir que não me viam, preferiram não participar da minha vida e do meu crescimento como pessoa, sempre seguindo a máxima “o que as pessoas vão pensar?”, e isso era mais importante, e ainda é, do que a felicidade de um dos seus filhos.

Me envolvi com algumas garotas, mais para manter as aparências e desviar o foco. Por algumas confesso que me apaixonei, coisa normal na adolescência, mas nada que mudasse quem eu sempre fui.

Enfim, cresci, amadureci, mas nunca vou esquecer os anos de solidão. O que passou, passou. Dizem que o amor tudo supera e uma vez ouvi que “quem ama perdoa”, quando gostaria de ter ouvido “quem ama aceita e acolhe”. Hoje, feliz, continuo sem poder partilhar essa felicidade com os meus pais, eles não percebem a oportunidade que perderam, apenas por que nutrem um preconceito irracional. Eu lamento muito por eles, meu amor de filho sempre vai existir, mas a vida que eles perderam, nunca vai voltar.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

"Você já reparou que tem gente que quando caminha, pisa tão forte que parece que vai rachar o chão?"
"Pois é! Com esse peso nos pés, aposto que elas nunca conseguem ficar com a cabeça das nuvens nem pular bem alto! Assim ó!"

É verdade. Se você não consegue pular alto de vez em quando, pra quê diabos usa suas pernas?