quarta-feira, 29 de abril de 2015

CECORA realiza I Festival de Moda em Arcoverde



Na intenção de proporcionar aos permissionários maior movimentação com a renovação de suas mercadorias para atender a alta, que vem justamente devido ao período junino, o Centro Comercial Regional Vereador Ulisses de Brito Cavalcanti - CECORA realizará o I Festival de Moda.

O evento acontece nos pavilhões do Centro de 04 a 16 de maio e conta com as novas tendências do mundo da moda.

No pavilhão um, podem-se encontrar roupas adultos masculinas e femininas, já os calçados ficam no pavilhão dois e roupas infantis de 0 a 16 anos de idade estão no pavilhão três.

“Desde o inicio da nossa gestão estamos incentivando este tipo de ação no Centro Comercial. Esses eventos movimentam a economia não só do Cecora, como da nossa cidade.”, declara a prefeita Madalena Britto.

Suécia recusa sediar Olimpíadas e opta por investir dinheiro público em moradias

Será que o Brasil vai virar os país das maravilhas - para os estrangeiros - nas Olimpíadas de 2016, da mesma forma que virou na Copa do Mundo de 2014, e que para o povo brasileiro estes eventos não vão deixar nenhum legado?? 
Será que tanto investimento assim compensa mesmo? Não seria melhor usar esta verba em outros projetos?
A notícia abaixo foi retirada do site The Greenest Post, do dia 01/04/2014... mas é bem atual para o Brasil, principalmente por tratar de uso de dinheiro público.


Suécia recusa sediar Olimpíadas e opta por investir dinheiro público em moradias


Foto: Ulf Bodin/Creative Commons

Ah, se o governo brasileiro também pensasse assim… Depois de apresentar sua candidatura em novembro de 2013, a cidade de Estocolmo, na Suécia, decidiu voltar atrás e não concorrer à disputa de sede dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022.

Por quê? Em entrevista ao jornal local Dagens Nyheter, a prefeitura do município alegou que, ao colocar no papel os gastos que o evento esportivo traria para a cidade, concluiu que a conta para organizar os Jogos seria alta demais e um eventual prejuízo teria de ser coberto com dinheiro público.

Talvez, em outros países (para não dizer “no nosso país”), usar dinheiro do contribuinte para realizar grandes eventos esportivos não fosse problema. Mas não na Suécia. “Não posso recomendar à Assembleia Municipal que dê prioridade à realização de um evento olímpico, se temos outras necessidades na cidade, como a construção de mais moradias”, declarou o prefeito Sten Nordin.

Não quer se candidatar a presidente do Brasil, Sten?


segunda-feira, 27 de abril de 2015

Brisa, de Manuel Bandeira: Um Belo Poema que Virou Música

Brisa, por definição, é um vento próximo da superfície do mar. Esse vento agradável é muito comum no nordeste brasileiro e que ainda hoje, em pequenas cidades do nordeste, leva famílias para calçadas para desfrutar do agradável momento de frescor noturno, tudo em meio a prosas intermináveis.

Brisa também é um curto e belo poema do pernambucano Manuel Bandeira (Recife, 19 de abril de 1886 — Rio de Janeiro, 13 de outubro de 1968), publicado em 1948, no livro Belo, Belo:
Manoel Bandeira




Brisa

Vamos viver no Nordeste, Anarina
Deixarei aqui meus amigos, meus livros, minhas riquezas, minha vergonha.
Deixarás aqui tua filha, tua avó, teu marido, teu amante.
Aqui faz muito calor.
No Nordeste faz calor também. Mas lá tem brisa:
Vamos viver de brisa, Anarina.






A respeito do poema, o também poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto, perguntado o que o assustava no Rio de Janeiro, respondeu, citando a obra de Bandeira como exemplo: “As distâncias, o movimento, o tráfego e o calor. É aquele calor desagradável… O calor aqui no Rio é abafado. O de Pernambuco é um calor ao ar livre. Até há um poema de Manuel Bandeira: “Vamos viver de brisa”. Faz calor no Nordeste, mas lá existe brisa. O calor do Rio é um calor sem brisa”.

As palavras de João Cabral talvez ajudem a entender o pensamento de Bandeira. Entretanto, fazer uma análise de um poema é sempre subjetivo. Vejo na obra do poeta uma busca pelas coisas simples da vida, a renúncia à agitação da cidade grande e ao excesso de responsabilidade. No poema, o poeta propõe uma volta às suas origens, ao torrão natal, uma saudosa homenagem à região onde passou parte da sua infância, tantas vezes relatadas em suas crônicas e poemas.

A genialidade de Bandeira dispensa as rimas, a rigor, inexistente em "Brisa". A aliteração provoca sonoridade nas palavras e se basta para perceber a busca pela vida tranquila, de forma desprendida. A sensação de liberdade extrema sentida com a lufada litorânea no rosto é traduzida com o uso de uma expressão popular no último verso “Vamos viver de brisa”- uma utópica vida ao Deus-dará, aspirada e nunca vivida por tantos.

Quanto ao nome Anarina, não tenho maiores referências, talvez apenas uma licença poética, um nome criado em razão da estética do poema...Há que sugira uma junção de nomes: Ana Carolina? Ana Catarina? O site http://www.significado.origem.nom.br, sem entrar em muitos detalhes, informa que o nome Anarina é de origem hebraica e significa “O Senhor Prometestes".

Paquito - Compositor
Foto: Internet
Pela musicalidade da sua obra, Manuel Bandeira é um dos poetas preferidos dos compositores brasileiros - talvez seja o escritor com mais poemas musicados no Brasil. Com Brisa não foi diferente. O poema foi musicado pelo compositor Paquito e gravado, em 1996, por Maria Bethânia, no álbum “Âmbar”, produzido Guto Graça Mello. O baiano Paquito, em parceria com Jota Velloso, produziu dois respeitados discos de samba baiano: Diplomacia, de Batatinha que venceu o Prêmio Sharp de melhor disco de samba de 1999, que contou, além de Batatinha, com a participação de Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia. O Outro disco, Humanenochum, de Riachão foi indicado para o Grammy latino de 2001 também com convidados ilustres como Caetano Veloso, Tom Zé, Armandinho, Carlinhos Brown e Dona Ivone Lara.


Ouça a música:



Fonte: Dr. ZEM












"Os poetas têm licença para mentir."

Gaius Plinius Secundus
(Plínio, o Velho)
(Escritor, historiador, gramático, administrador e oficial romano)

sábado, 25 de abril de 2015

Passeando com seu cãozinho

Não é exagero dizer que cães, gatos e outros bichinhos que dividem a casa conosco são considerados da família.  Então preparei algumas dicas de comportamento para garantir a vida social de seu amigo peludo sem estresse para ele, para os outros e para você.

Foto retirada da internet
Guia ou Coleira


Saia de casa com seu animal sempre na guia ou coleira, seja ele grande ou pequeno. Sem o uso da guia, não há como ter controle sobre a segurança do animal. Em praças cercadas e outros locais fechados, o cão até pode ser solto para brincar e correr. Ainda assim, é necessário cautela e certeza absoluta de que não há possibilidade de fuga e de ataques a outros cães e pessoas e até atropelamentos – e isso ninguém quer, não é mesmo? Enforcadores e coleiras com pontas ou ganchos não devem ser usados.


Vamos passear

O cão, por natureza, aceita dois tipos de relação com o dono: ou é dominador ou é dominado. É importante que o dono estabeleça quem é o “chefe da matilha” desde o inicio do relacionamento. Com firmeza, mas sem agressividade, o dono não deve permitir que o cão o puxe ou o desobedeça. Animais muito eufóricos precisam aprender a andar com calma, permanecendo sempre próximos de seus donos. 

A guia não pode estar muito alongada e nem muito tensa. As famosas guias retráteis, aquela que liberamos e recolhemos pressionando um botão, não são as melhores para treinar o passeio. O espaço externo está repleto de aromas, ruídos e imagens que deslumbram o cão e fazem com que o dono seja colocado em segundo plano. Por isso, petiscos e brinquedos para atrair a atenção e recompensar o cão são úteis. Ao menor sinal de atenção do cão, devemos premiá-lo.
Com o tempo, ele será condicionado. É preciso paciência e nada de enforcadores ou broncas. Pausas durante o passeio também são uma boa técnica. Assim, o cão consegue farejar à vontade e interagir com pessoas e outros cachorros. Se o animal persistir com a euforia, é recomendável procurar um adestrador.

Saquinho em mãos


Tenha sempre em mãos um saquinho para pegar os dejetos do seu bichinho. Nada de deixar vestígios por onde passar. Servem tanto folhas de jornal quanto sacolas plásticas biodegradáveis. É recomendável levar mais de uma sacola, pois odores de outros cães e a movimentação do passeio estimulam mais de uma defecação. Garrafas com água podem ser úteis para diluir a urina em ambientes abertos. Depois jogue o saco no lixo. Se não encontrar lixeiras no seu bairro, guarde para jogar em casa. De que adianta catar se não jogar fora?


O cão late demais enquanto passeia


Os latidos expressam agitação e euforia pelo momento mais esperado do dia no caso de animais que ficam muito tempo em casa. No entanto, também podem ser uma manifestação de dominância. É como se o cão dissesse para toda a vizinhança que o verdadeiro dono da região está chegando.
Deve-se repreender esse comportamento com paciência e firmeza. O animal é reprimido pela firmeza do tom de voz e pela tensão que o dono imprime na guia. Não se pode afagar ou pegar no colo um animal que late demais. Se fizermos isso, ele entenderá que o dono aprova sua atitude e repetirá o mau comportamento. Apenas ao parar de latir, o cão deverá ser afagado.
A excitação do animal durante o passeio aumenta se puxamos demais a guia. Ao longo do passeio, é interessante programar paradas. Durante elas, o dono deve liberar um pouco mais a guia para dar ao cão a sensação de liberdade. Embora sejam importantes, as pausas tem de ser dosadas. Pausas em excesso quebram o ritmo de passeio do animal. O exercício físico apenas ajuda a prevenir doenças quando é contínuo. Para obter aos máximos estes benefícios, a prática deve ser ritmada e ininterrupta por, no mínimo, 20 minutos.

O cão cheira tudo que há no caminho

O dono não pode permitir que o cão cheire tudo. Ao entrar em contato com alguns canteiros, postes ou mesmo árvores, o cão pode entrar em contato com agentes infecciosos ou se intoxicar com produtos químicos, como adubos e venenos. Se o cão só faz suas necessidades na rua, o dono deve ter atenção redobrada.

Fazendo amigos


Se seu bichinho quiser se aproximar de outro durante uma volta na rua, pergunte antes ao dono se é amigável. Por mais que sejam do mesmo tamanho, os dois podem brigar.

Além disso, nem pense em ficar falando com voz de cachorro ou perguntar apenas o nome do cachorro e ignorar o do dono. Seja gentil com a pessoa e deixe os cães se entenderem.

O cão avança ao encontrar outros cães

Em alguns casos, avançar pode significar agressividade. Mas também há a possibilidade de ser uma mera demonstração de excitação. De qualquer forma, o animal jamais deve ser punido. A punição não resolve e pode agravar a situação deixando o animal estressado, tornando-se mais agitado, medroso e apreensivo. Se outros cães não forem amigáveis, convém afastar o animal para evitar provocações. Mude de direção quando avistar um cão violento. 


Quando o cachorro pula nas outras pessoas

Na maioria das vezes, os cães estão empolgados e não têm nenhuma intenção negativa. No entanto, essa empolgação pode gerar desconfortos e constrangimentos. Ao perceber que o cão vai pular, o dono deve segurar precisamente a guia e dizer um comando como “Não!”, de maneira firme.

Frida Regina querendo interagir

quarta-feira, 22 de abril de 2015

“Rá-Tim-Bum” seria o significado de uma maldição?

Recentemente fui a um aniversário onde ouvi uma história curiosa, a expressão “Rá-tim-bum” no canto “Parabéns a você”, seria uma entoação de uma maldição. Então decidi pesquisar e tirar essa história a limpo.

Segundo os fatos apurados na grande rede, circula por aí um e-mail que diz que “Rá-tim-bum” seria uma palavra mágica usada em rituais satânicos e significa “Amaldiçoo você”. Elas eram pronunciadas assim e ao contrário (Mub-Mit-Ar) fazendo o Mestre dos Magos surgir das cinzas e realizar os desejos de quem o chamou. E ainda tem mais, quando você canta "É pique, é pique, é hora, é hora... Rá-tim-bum! Fulano, fulano", na verdade, você estaria dizendo: ‘É grande, é grande, é hora, é hora... Eu te amaldiçoo, Fulano, Fulano!”.
Mas a qual idioma essa palavra pertence? Curiosamente o e-mail não trás essa informação. Então você conjura uma maldição num idioma que nem o próprio autor do texto conhece. 
E essa história de Mestre dos Magos explica muita coisa... Ele sempre sumia da "Caverna do Dragão" porque em algum lugar do mundo alguém estava chamando por ele enquanto cantava "Parabéns a você"??

Mestre dos Magos - Caverna do Dragão

Segundo o Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa, a palavra Rá-tim-bum é uma onomatopeia (a imitação de um som). Neste caso o som emitido por uma bandinha de circo ou uma fanfarra quando quer chamar a atenção sobre uma finalização de uma apresentação. A caixa faz TARARÁ!, os pratos fazem TIM!, e o bumbo faz BUM! - TARARÁ TIM BUM, e para tornar a palavra mais curta e fácil de falar elipsaram o TARA... e ficou só o RÁ, RA-TIM-BUM, com três sílabas de bom efeito sonoro.

Agora temos outra questão, como a palavra Rá-tim-bum foi parar na canção "Parabéns pra você"? A Revista Fapesp, na edição especial de 70 anos da USP, de 2004, no artigo "O Brasil que as Arcadas vislumbraram" que trata da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco e suas marcas na elite do Império e da República, afirma que o bordão que estamos tratando foi criado pelos alunos dessa faculdade, na década de 1930. "O bordão 'é pique, é pique, é hora, é hora, é hora, rá-tim-bum', incorporado no Brasil ao Parabéns a você , é uma colagem de bordões dos pândegos estudantes das Arcadas da década de 1930. 'É pique, é pique' era uma saudação ao estudante Ubirajara Martins, conhecido como 'pic-pic' porque vivia com uma tesourinha aparando a barba e o bigode pontiagudo. 'É hora, é hora' era um grito de guerra de botequim. Nos bares, os estudantes eram obrigados a aguardar meia hora por uma nova rodada de cerveja – era o tempo necessário para a bebida refrigerar em barras de gelo. Quando dava o tempo, eles gritavam: 'É meia hora, é hora, é hora, é hora'." E como os estudantes costumavam ser convidados para animar e prestigiar festas de aniversário, aproveitaram a ocasião para desfiar seus hinos.

O tal e-mail ainda fala do clássico infantil da televisão brasileira, o Castelo Rá-Tim-Bum, que significaria "castelo da maldição". Segundo o autor do e-mail, o programa era repleto de bruxas, magos, seres de outros mundos etc. Certamente que ele nunca leu os clássicos da literatura infantil ou nunca foi criança. Sendo assim desconhece o mundo lúdico infantil, cheio de fadas, princesas, bruxas, florestas encantadas etc.


Castelo Rá-Tim-Bum - TV Cultura (1994 - 1997)

Portanto, chegamos a seguinte conclusão: Rá-tim-bum não é uma maldição. E os magos, bruxos, videntes, médiuns, alquimistas que entregam maldições nas festas de aniversário são apenas um delírio muito grande de algum grupo fundamentalista que enxerga no conhecimento um perigo contra aquilo que pregam.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Star Wars - O Despertar da Força




Se você é fã de Star Wars, esteja preparado para se emocionar! Foi divulgado nesta quinta-feira (16) o novo trailer de "Star Wars - O Despertar da Força (Star Wars - The Force Awakens)", novo filme da franquia criada por George Lucas. J. J. Abrams assume a direção. 
No sexto capítulo da franquia, Star Wars: Episódio VI - O Retorno de Jedi (1983), Luke Skywalker (Mark Hamill) consegue fazer com que Darth Vader encontre o seu lado bom e elimine o Imperador Palpatine na segunda Estrela da Morte. Trinta anos se passam e Luke volta a unir forças com Princesa Leia (Carrie Fisher), Han Solo (Harrison Ford), Chewbacca (Peter Mayhew) e os robôs C-3PO (Anthony Daniels) e R2-D2 (Kenny Baker) para uma nova aventura espacial na disputa pela Força.
O vídeo marca a primeira aparição de Harrison Ford de volta ao papel de Han Solo, ao lado de seu companheiro de viagem Chewbacca. "Chewie, estamos em casa", ele diz.
"Star Wars - O Despertar da Força" estreia no dia 17 de dezembro. 



sábado, 11 de abril de 2015

Música decadente brasileira?

A música brasileira está decadente – sans élégance. Difícil encontrar alguém que nunca tenha ouvido uma frase como essa. Refine o gênero, e as frases continuarão a fazer sentido para muitas pessoas. O funk, o sertanejo, o forró, o pop, todas as músicas consumidas pelas massas não prestam.

Um estudo acadêmico parte do forró eletrônico, ouvido à exaustão em todo o Nordeste, para investigar o que muitos chamam de “degeneração” da música popular. O professor Jean Henrique Costa, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, obteve o título de doutor em Ciências Sociais com a tese “Indústria Cultural e Forró Eletrônico no Rio Grande do Norte”, defendida em março de 2012 na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

O pesquisador defende que o gênero preferido entre os nordestinos faz parte de uma engendrada indústria cultural, por meio da qual são criadas e sustentadas formas de dominação na produção e na audição desse tipo de música.

Segundo ele, quando uma banda de forró eletrônico recorre a canções de temática fácil, na maioria das vezes ligadas à busca de uma felicidade igualmente fácil, ela está criando mecanismos para a formação de um sistema de concepção e circulação musical. Nele, nada é feito ou produzido por acaso. Tudo acaba virando racionalizado, padronizado ou massificado.
Wesley Safadão e banda Garota Safada – Foto Divulgação




O ideal de uma vida festeira, regada de uísque, caminhonete 4×4 e raparigas (mulheres) é hoje um símbolo de status e prestígio para muitos dos ouvintes. Ninguém quer ficar de fora da onda de consumo. Numa das partes da pesquisa, Costa analisou o conteúdo das letras dos cinco primeiros álbuns da banda Garota Safada e descobriu que 65% das músicas falam de amor, 36% de sexo e 26% de festas e bebedeiras.

“Parte expressiva das canções de maior sucesso veicula a ideia de que a verdadeira felicidade acontece ‘no meio da putaria’, ou seja, nos momentos de encontros com os amigos nas festas de forró”, escreveu Costa. “Não se produz determinada música acreditando plenamente que se está criando uma pérola de tempos idos, mas sim um produto para agradar em um mercado competitivo muito paradoxal: deve-se ser igual e diferente concomitantemente.” Ou seja, a competitividade do mercado induz à padronização dos hits.

“O que move o cotidiano é isso mesmo: sexo, amor, prazer, diversão. O forró e quase toda música popular sabem muito bem usar desse artifício para mover suas engrenagens”, explicou Costa. “Não é por acaso que as relações sexuais são tão exploradas pelas canções de maior apelo comercial a ponto de se tornarem coisificadas à maneira de clichês industriais.”

REFERENCIAL TEÓRICO

Outros gêneros musicais também recorrem a estratégias semelhantes. O forró eletrônico consegue se diferenciar dos demais ao dar uma roupagem de “nordestinidade”, criando a identificação direta com o seu público. Mas o objetivo final de todos é proporcionar diversão. O problema, segundo Costa, é que “se vende muito pão a quem tem fome em demasia”.

Costa baseou sua pesquisa no referencial teórico de Theodor W. Adorno, um dos ideólogos da Escola de Frankfurt. O pesquisador procurou atualizar o conceito de indústria cultural a partir da constatação de que as músicas do forró eletrônico são oferecidas como parte de um sistema (o assédio sistemático de tudo para todos) e sua produção obedece a critérios com objetivos de controle sobre os efeitos do receptor (capacidade de prescrição dos desejos).

O pesquisador recorreu ainda a autores como Richard Hoggart, Raymond Williams e E.P. Thompson para abordar o gênero musical a partir da leitura dos estudos culturais (a complexa rede das relações sociais e a importância da comunicação na produção da cultura), que dialogam com outro conceito anterior, o de hegemonia, de Antonio Gramsci. Pierre Bourdieu também serve de referencial teórico.

Ao amarrar essas teorias, o pesquisador argumenta que o público consumidor de músicas acaba fazendo parte de esquemas de consumo cultural potentes e difíceis de serem contestados. Neles, até o desejo acaba sendo imposto. Em entrevista, Costa exemplifica esse fato com a atual “cobrança” pelo consumo de álcool, onde a sociabilidade gira em torno de litros de bebidas.

“O que se bebe, quanto se bebe e com quem se bebe diz muito acerca do indivíduo. O forró não é responsável por isso, mas reforça.” Para o pesquisador, o consumo de bebidas se relaciona com a virilidade masculina, que, por sua vez, se vincula à reprodução do capital.

“Não reconheço grande valor estético (no forró eletrônico), mas considero um estilo musical que consegue, em ocasiões específicas, cumprir o papel de entreter”, afirmou. O pesquisador ouve todo tipo de música (samba-canção, samba-reggae, rock nacional dos anos 1980 e 1990, bolero, tango, entre outros), mas sua predileção é por nomes como Nelson Gonçalves e Altemar Dutra.

Para cobrir essa lacuna sobre o gênero que iria pesquisar, Costa entrevistou nomes como Cavaleiros do Forró, Calcinha de Menina, Balança Bebê eForró Bagaço. O seu objetivo foi esquadrinhar desde uma das maiores bandas de forró eletrônico do Rio Grande do Norte até uma banda do interior que mal consegue fazer quatro apresentações por mês e cobra em torno de R$ 500 por show.

Entre os extremos de quem ganha muito e quem mal consegue sobreviver com o forró, o professor constatou que o sucesso é um elemento em comum, e algo difícil de ser obtido. Depende de substanciais investimentos financeiros e também do acaso – ter um hit pelas redes sociais ajuda. É por isso que Costa afirma que Aviões do Forró e um forrozeiro tecladista independente estão em lados completamente opostos, mas ainda têm algo basilar em comum: a indústria cultural.

Banda Aviões do Forró – Foto Divulgação
É dentro desse contexto de consumo de massa de hits que nascem e morrem, diariamente, pelas rádios e carrinhos de CDs piratas, que prevalece o forrozão estilo “risca a faca” e “lapada na rachada”, para uma população semiformada (conceito adorniano de Halbbildung), explica Costa. Sobra pouco ou nenhum espaço para nomes consagrados do gênero.

Luiz Gonzaga, por exemplo, embora seja o símbolo maior do gênero e tratado com respeito pela maioria dos nordestinos, acaba sucumbindo a essa indústria cultural. “A competição é desigualmente assimétrica para o grande Lua. O assum preto gonzagueano, nesse sentido, bateu asas e voou.”

Costa diz não ser um pessimista ou só um crítico ferrenho do forró eletrônico. Tampouco que tem pouca esperança de que a música brasileira seja apenas uma eterna engrenagem da indústria cultural. Ao contrário, é dentro dela própria que ele vê saídas para o futuro da produção nacional. “Se vejo alguma possibilidade de mudança pode estar justamente nesses estúdios caseiros de gravação de CDs, nas bandas de garagem, no funk das periferias, no tecnobrega paraense. Não afirmo que a via é essa, mas que é um devir, uma possibilidade que pode não ir para além do sistema, mas minar algumas de suas bases”, concluiu.

Fonte: Farofafá

sexta-feira, 10 de abril de 2015

O GRITO

Edvard Munch - O Grito
Óleo, têmpera e pastel em cartão, 91 x 73,5 cm

O Grito (no original Skrik) é uma série de quatro pinturas do artista norueguês Edvard Munch, a mais célebre das quais datada de 1893. A obra representa uma figura andrógina num momento de profunda angústia e desespero existencial. O plano de fundo é a doca de Oslofjord, em Oslo, ao pôr-do-sol. O quadro O Grito é considerado como uma das obras mais importantes do movimento expressionista. 


Interpretação do quadro


Vemos ao fundo um céu de cores quentes, em oposição ao rio em azul, cor fria, que sobe acima do horizonte, característica do expressionismo (onde o que interessa para o artista é a expressão de suas ideias e não um retrato da realidade). Vemos que a figura humana também está em cores frias, como a cor da angústia e da dor, sem cabelo para demonstrar um estado de saúde precário. Os elementos descritos estão tortos, como se reproduzindo o grito dado pela figura, como se entortando com o berro, algo que reproduza as ondas sonoras. Quase tudo está torto, menos a ponte e as duas figuras que estão no canto esquerdo. Tudo que se abalou com o grito e com a cena presenciada está torto; quem não se abalou (supostamente seus amigos) e a ponte, que é de concreto e não é "natural" como os outros elementos, continua reto.

A dor do grito está presente não só no personagem, mas também no fundo, o que destaca que a vida para quem sofre não é como as outras pessoas a enxergam, a paisagem fica dolorosa também, e talvez por essa característica do quadro é que nos identificamos tanto com ele e podemos sentir a dor e o grito dado pelo personagem. Inserindo-se o observador no quadro, ele passa a ver o mundo torto, disforme, e isso afeta diretamente a participação do mesmo na obra, de forma quase interativa.


Os Roubos


A 12 de fevereiro de 1994, O Grito da Galeria Nacional de Oslo foi roubado em pleno dia, por um grupo de ladrões. Três meses depois, os assaltantes enviaram um pedido de resgate ao governo norueguês, exigindo um milhão de dólares americanos. As entidades norueguesas recusaram a exigência e, pouco depois, a 7 de maio, o quadro foi recuperado numa ação conjunta da polícia local com a Scotland Yard.

A 22 de agosto de 2004, a versão exposta no Munch Museum foi roubada num assalto à mão armada, que levou também a Madonna do mesmo autor. O Museu ficou à espera de um pedido de resgate, que nunca chegou. A polícia norueguesa anunciou ter reencontrado os quadros a 31 de agosto de 2006.

Em dezembro de 2006, os danos causados aos quadros pelos ladrões foram qualificados como "irreparáveis" por especialistas em pinturas do Museu Munch. As pequenas manchas produzidas pela umidade são vistas pelos peritos como um problema sem solução, enquanto uma série de fendas e buracos causados por queimaduras de cigarro, exige trabalhos de restauro extremamente complicados e difíceis.

Leilão


Munch pintou ao longo de décadas quatro versões de O Grito. Três delas estão em museus na Noruega, enquanto a quarta, de 1895, estava nas mãos de Petter Olsen, um empresário norueguês cujo pai foi amigo e patrono de Munch, tendo adquirido inúmeros quadros ao artista.

Nesta versão de 1895 as cores são mais fortes do que nas outras três versões e é a única em que a moldura foi pintada pelo artista com o poema que descreve uma caminhada ao pôr-do-sol que inspirou a pintura. Outra particularidade única desta versão é que uma das figuras que está em segundo plano olha para baixo, para a cidade.

Em 2 de Maio de 2012 essa versão foi vendida pelo preço recorde de 119,9 milhões de dólares (cerca de 91 milhões de euros), na Sotheby's, New York, tornando-se a obra mais cara vendida em leilão, superando o quadro de Pablo Picasso, até então recordista, Nu, Folhas e Busto, que em maio de 2010 foi leiloado por 106,5 milhões de dólares (81 milhões de euros).


Poema



“O Grito”

‘Estava andando pela estrada com dois amigos

O sol se pondo com um céu vermelho sangue

Senti uma brisa de melancolia e parei

Paralisado, morto de cansaço…

… meus amigos continuaram andando - eu continuei parado

tremendo de ansiedade, senti o tremendo Grito da natureza’

Edvard Munch

II Encontro de Blogueiros e Produtores de Mídia Digital de Arcoverde



Arcoverde vai sediar, nos dias 17 e 18 de abril, o II Encontro de Blogueiros  e Produtores de Mídia Digital de Arcoverde, realizado pelo Blog Falando Francamente em parceria com a Associação dos Blogueiros de Pernambuco - ABLOGPE.
O encontro pretende discutir temáticas como a Importância dos Blogs na Comunicação, A profissionalização da categoria, os blogs de nicho, além de oficinas sobre monetização de blogs e template passo a passo.
O encontro acontecerá no Castelus Buffet e Recepções, localizado na Rua Duarte Pacheco, n.º 374 , no bairro de São Miguel.
A inscrição, que custa R$10,00, poderá ser feita através do e-mail: blogfalandofrancamente@gmail.com. No evento será servida uma feijoada.
No e-mail de inscrição deverá constar o nome do Blogueiro, o nome do blog, o tempo de existência do veículo, telefone de contato e temática do blog. Blogueiros de cidades vizinhas podem participar.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Dia da Mentira – 1º de Abril


Menino Maluquinho (Melhoramentos) e Pinóquio (Walt Disney) Encontro em Paris, capital da mentira

A brincadeira surgiu na França, no reinado de Carlos IX (1560-1574). Desde o começo do século XVI, o ano novo era comemorado em 25 de março com a chegada da primavera. As festas, que incluíam troca de presentes e animados bailes noite adentro, duravam uma semana, terminando em 1º de abril. Em 1562, porém, o papa Gregório XIII (1502-1585) instituiu um novo calendário para todo o mundo cristão - o chamado calendário gregoriano - em que o ano novo caía em 1º de janeiro. O rei francês só seguiu o decreto papal dois anos depois, em 1564, e, mesmo assim, os franceses que resistiram à mudança, ou a ignoraram ou a esqueceram, mantiveram a comemoração na antiga data. 

Isso virou motivo de chacota e gozação, por parte das pessoas que concordaram com a adoção da nova data, e passaram a fazer brincadeiras com os radicais, enviando-lhes presentes estranhos ou convites de festas que não existiam.Tais brincadeiras causaram dúvidas sobre a veracidade da data, confundindo as pessoas, daí o surgimento do dia 1º de abril como dia da mentira.

Aproximadamente duzentos anos mais tarde essas brincadeiras se espalharam por toda a Inglaterra e, consequentemente, para todo o mundo, ficando mais conhecida como o dia da mentira. Na França seu nome é “Poisson d’avril” e na Itália esse dia é conhecido como “pesce d’aprile”, ambos significando peixe de abril. No Brasil, o primeiro Estado a adotar a brincadeira foi Pernambuco, onde uma informação mentirosa foi transmitida e desmentida no dia seguinte. “A Mentira”, em 1º de abril de 1848, apresentou como notícia o falecimento de D. Pedro, fato que não havia acontecido.

Walt Disney criou uma versão para o clássico infantil Pinóquio, dando ênfase à brincadeira, mostrando para a criançada o quanto mentir pode ser ruim e prejudicial para a vida das pessoas. Ziraldo, um escritor brasileiro da literatura infanto-juvenil, também conta histórias sobre as mentiras, através do tão famoso personagem, o Menino Maluquinho. Em "O Ilusionista", Maluquinho descobre o mal provocado por roubar, fingir e mentir.

Pregar mentiras nesse dia é uma brincadeira saudável, porém o respeito e o cuidado devem ser lembrados, para que ninguém saia prejudicado, afinal, a honestidade é a base para qualquer relacionamento humano.


FONTE: Brasil Escola