domingo, 3 de agosto de 2014

Cresci... Vivi... E Superei o Preconceito!


Qualquer semelhança com a realidade talvez não seja mera coincidência!!!


Eu cresci numa família tradicional de uma cidade pequena, fui educado da mesma forma que todas as outras crianças, mas eu nunca fui igual a elas, por dentro eu sempre me senti “diferente”. Desde a minha infância, eu sempre soube que algo estava “errado” nas minhas escolhas, nas minhas vontades. Não gostava das mesmas coisas que os meninos gostavam, das mesmas brincadeiras, jogos, esportes. Não que eu gostasse de brincadeira de meninas, nunca gostei de bonecas, se é isso que querem saber.
Cheguei a adolescência já refém do medo que essa “diferença” causava, o sentimento de vergonha era muito grande e me afligia, me sentia encurralado pelo preconceito que eu já via estampado dentro de casa, pela culpa de não ser do jeito que eles achavam que era o certo, pelo temor da rejeição e pela tortura de ter que esconder esse segredo da família e dos amigos.
Vivi por muitos anos na mais profunda solidão. Meus pais podem dizer que sempre foram presentes, mas no momento em que eu mais precisei o preconceito deles não deixou que me enxergassem, que me vissem ali encolhido no canto, sozinho.
Preferiram fingir que não me viam, preferiram não participar da minha vida e do meu crescimento como pessoa, sempre seguindo a máxima “o que as pessoas vão pensar?”, e isso era mais importante, e ainda é, do que a felicidade de um dos seus filhos.

Me envolvi com algumas garotas, mais para manter as aparências e desviar o foco. Por algumas confesso que me apaixonei, coisa normal na adolescência, mas nada que mudasse quem eu sempre fui.

Enfim, cresci, amadureci, mas nunca vou esquecer os anos de solidão. O que passou, passou. Dizem que o amor tudo supera e uma vez ouvi que “quem ama perdoa”, quando gostaria de ter ouvido “quem ama aceita e acolhe”. Hoje, feliz, continuo sem poder partilhar essa felicidade com os meus pais, eles não percebem a oportunidade que perderam, apenas por que nutrem um preconceito irracional. Eu lamento muito por eles, meu amor de filho sempre vai existir, mas a vida que eles perderam, nunca vai voltar.

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