terça-feira, 7 de outubro de 2014

Meu Sertão

Meu sertão quando tá seco
É triste de fazer dó
Seca água nos açudes
A pastagem vira pó
Morre o gado no curral
E o galo no quintal
Não canta, pois ficou só

Chega a noite, o sertanejo
Olha o céu e desvanece
A nuvem escura sumiu
A barra desaparece
Vai dormir desconsolado
Acorda desanimado
E a tristeza permanece

Mas o nordestino é forte
Não se cansa de esperar
Mas um dia a sorte muda
É preciso confiar
Olha pro céu novamente
Sonha ver alegremente
A chuva logo chegar

E quando a chuva aparece
Até o pó vira lama
O Galo volta a cantar
O gado come na rama
Tendo chuva, tem fartura
Arroz, feijão e mistura
Toda noite amor na cama

E com chuva no Sertão
A natureza floresce
O sertanejo se alegra
E da mulher não se esquece
Não liga mais pra fraqueza
Nove meses, com certeza,
Menino novo aparece!


Paulo Gondim
"Nordestino, do sertão da Paraíba, viví em Brejo Santo, no Ceará e migrei para São Paulo, em 1969, onde resido e trabalho como advogado. Escrever, para mim, é uma necessidade. Não tenho estilo definido. Meus poetas preferidos: Augusto dos Anjos, Gonçalves Dias e o grande JOÃO CABRAL DE MELO NETO."

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