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domingo, 1 de maio de 2016

Cinomose: como evitar esta doença do inverno?

A cinomose é uma doença contagiosa grave que costuma aparecer no inverno. É tão grave que pode levar o cão à morte. Ainda bem que dá para prevenir...



Somente a vacina garante a proteção contra a cinomose
Foto: Internet


O vilão da cinomose é um vírus transmitido pelo ar ou por meio secreções de outro animal infectado. Como ele adora ambientes frios, costuma atacar no inverno. Uma vez instalado, o vírus fica no organismo do bichinho, bem quieto, de cinco a sete dias, à espreita do momento certo para entrar em ação. E aí, implacável, provoca danos gastrointestinais, respiratórios e neurológicos. Os alvos preferidos desse inimigo são o estômago, o intestino, as vias respiratórias, os olhos, o cérebro e a pele. E as principais vítimas são os filhotes, embora os adultos não estejam completamente a salvo.

"Tosse, diarréia, febre, falta de apetite e secreção amarelada nos olhos e no nariz são os sinais mais comuns", alerta a veterinária Mitika Hagiwara, de São Paulo. "Quando a doença evolui e chega ao cérebro, podem ocorrer convulsões e até paralisia." Em geral o diagnóstico é feito no consultório. "Quando paira a dúvida, um exame de sangue resolve", diz Paulo Sérgio Salzo, veterinário especialista doenças infectocontagiosas de São Paulo.

O pior é que não há um medicamento específico para combater o microorganismo. "O tratamento é à base de antibióticos para evitar outras infecções oportunistas, colírios, antiinflamatórios, vitaminas, corticóides e anticonvulsivos, mas ele apenas aplaca os sintomas, evita suas conseqüências e melhora a resistência do animal", explica Luciana Moro, veterinária especialista em patologia de Minas Gerais.

Aí se vê como a vacina é fundamental. A maior parte dos cães contaminados e não imunizados acaba morrendo. Os animais que se salvam, claro, adquirem imunidade, mas a intensidade e a evolução da doença são imprevisíveis. Então, nem pense duas vezes. "A vacina garante 95% de proteção", ressalta Paulo Sérgio Salzo. "São três doses. A primeira deve ser ministrada aos 45 dias de vida e as duas restantes em intervalos de um mês", ensina. Depois basta o reforço anual. "A eficácia aumenta se o animal tomar vermífugo e sempre se alimentar direito", completa a veterinária homeopata Maria Thereza do Amaral, de São Paulo.

Fique de olho no seu cãozinho


· Nos olhos o vírus causa conjuntivite, produzindo uma secreção amarelo-esverdeada.

· Se a doença atacar o cérebro, o cão pode ter tique nervoso, convulsões, paralisia e coma. Nesse ponto, as lesões são irreversíveis e costumam levar à morte.

· Quando o vírus se instala no estômago ou no intestino, ele provoca diarréia, vômito, gastrite e perda de apetite.

· No sistema respiratório, os sintomas são febre, tosse, secreção no nariz. Quando o mal se agrava, o bicho pode contrair pneumonia. A cinomose se manifesta na pele em forma de feridas com pus e também pode enrijecer o revestimento do focinho e das patas.


Nada de vacilos

· Antes de vacinar contra a cinomose, não saia com o filhote para passear nem deixe que ele brinque com outros animais.

· Evite jardins públicos, água e alimentos de origem desconhecida.

· Use desinfetantes comuns nas áreas onde ele circula para exterminar um vírus à espreita.

Fonte: M de Mulher

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

O que acontece quando alguém tem um surto depressivo?

Na manhã da quinta-feira (27/8), o jornalista Ricardo Boechat escreveu, em sua página do Facebook (clique aqui), sobre ter sofrido um surto depressivo recentemente. O relato é corajoso e sensível e mostra que ainda há muito o que ser discutido sobre a depressão.

A doença muitas vezes é vista como uma frescura e é tratada como se fosse tabu. Ainda assim, Boechat não está sozinho. Um estudo realizado pela Federação Mundial de Saúde Mental mostra que uma em cada 20 pessoas tem depressão. A instituição estima que a doença afeta cerca de 350 milhões de pessoas ao redor do mundo.

“Os quadros de depressão podem ser leves e às vezes são confundidos com questões de personalidade, como se fosse um tipo de frescura”, diz André Brunoni, coordenador do Serviço de Neuromodulação do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPq-USP) a GALILEU. “Esse tipo de comportamento faz com que o próprio paciente não se sinta estimulado a procurar tratamento no começo ou perceba os sinais de depressão que está apresentando. Ele só vai se tratar quando o quadro fica grave.”

Causas e efeitos

A depressão é causada por dois fatores: a genética e o ambiente. Isso significa que aqueles que têm um histórico familiar de depressão correm um risco maior de serem afetados pela doença. E algumas características do ambiente de convivência do indivíduo, como estresse e pouca valorização, podem ser decisivas para a saúde dele. Fora isso, há uma série de eventos que ocorrem ao longo da vida que podem levar alguém a ter depressão. O luto e o período pós-parto, por exemplo, são alguns deles.

Quem tem a doença sofre alterações no córtex pré-frontal, região do cérebro responsável pela tomada de decisões e julgamentos do que é certo e errado. Muda também a neuroplasticidade, ou seja, a capacidade dos neurônios de se comunicarem entre si. A sensação que um indivíduo tem durante um surto depressivo, segundo o psiquiatra, é de dificuldade em processar informações e agir, como se o cérebro não estivesse funcionando muito bem.

Ao longo do surto o corpo também sofre outros tipos de alterações, como o aumento na produção de cortisol. O excesso do hormônio aumenta a adrenalina no sangue e faz com que a variabilidade da frequência cardíaca do paciente diminua.

O tratamento para a doença varia de acordo com a gravidade. De acordo com André Brunoni, quadros leves e moderados podem ser tratados a partir de mudanças no estilo de vida, como exercícios e alimentação. Em casos mais sérios, é necessário contar com a ajuda de antidepressivos.

Como nem todos os pacientes podem adotar a medicação, seja por conta de outros remédios ou condições pessoais, novas técnicas de tratamento estão sendo desenvolvidas. Uma delas é a estimulação magnética transcraniana, na qual um pulso eletromagnético é gerado no córtex pré-frontal de forma a estimular a neuroplasticidade. “Essa técnica não tem efeitos colaterais, o que é muito importante pois é comum que pacientes melhorem por conta dos remédios, mas sofram com ganho de peso, perda de libido, problemas gastrointestinais. Se elas param de tomar a medicação, a depressão volta e cria-se um ciclo vicioso”, afirma Brunoni.

No momento, o psiquiatra e outros profissionais da área estão pesquisando a possibilidade de o tratamento ser mais eficaz que o uso de medicamentos. Por isso, farão o estudo a partir de 240 voluntários – ainda há 40 vagas, os interessados podem entrar em contato com os pesquisadores através do e-mail pesquisa.depressao@gmail.com.

Dados do Instituto de Psiquiatria da USP mostram que 15% das pessoas terão algum tipo de depressão ao longo da vida. Com tanta gente propensa a ser afetada por essa doença, relatos como o de Boechat e outros profissionais que atingem um maior número de pessoas, como Dan Harris, apresentador do programa americano Good Morning America, e da jornalista e roteirista Mariliz Pereira Jorge, são importantes e necessários.