terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Ficus, um lindo vilão!!

Foto: Angkor Thom/ Internet

Em tempos de aquecimento global, as pessoas desconhecem a importância de uma cidade arborizada. Os centros urbanos estão cada vez mais distantes da natureza, se cobrindo de materiais refletores e que contribuem para a criação de ilhas ou bolsões de calor, como piche, vidro, amianto, aço, ferro, entre outros, Por causa disso, o clima que já é semelhante ao do deserto fica bem mais quente e seco durante o dia e mais frio durante a noite. Infelizmente, em Arcoverde a história não é diferente, as árvores da cidade estão morrendo, e em seu lugar surge uma com alto poder destrutivo que muda a paisagem da cidade, e hoje se encontra em praticamente todas as ruas.

Há pouco mais de 20 anos, a cidade foi apresentada a um grande e lindo vilão, o popular Ficus (Ficus benjamina),vendido em diversos lugares e por um preço bem em conta, muitas vezes é a única opção disponível, e que fica lindo quando pequeno no vaso, podendo ter seu tronco trançado e parecer um “bonsai” muito ornamental, bom para presentes e decorar ambientes. Porém, seu plantio devia ser proibido, e não se trata de implicância com a "pobre árvore".

Nativa da Ásia e melhorada por viveiristas da Holanda, quando plantada no solo, fora dos vasos, suas raízes agressivas destroem galerias pluviais, de esgoto, fiações enterradas, fundações e o que mais houver pela frente, causando enormes prejuízos materiais. O problema é que, como o Ficus surgiu na cidade há tão pouco tempo, estas belas árvores ainda não alcançaram a idade adulta, mas daqui há alguns anos vamos ter um sério problema nas edificações da cidade e prejuízos públicos e particulares incalculáveis por causa desde lindo "bonsai". Suas raízes procuram por água e nutrientes sempre numa fome e sede intensa. Se encontrarem um cano pelo caminho, ótimo: servirá de fonte. 

Não contentes com a água ali absorvida, continuarão a procurar, penetrando cada vez mais na terra. Enquanto isso seu tronco, galhos e copa aumentam proporcionalmente. Neste momento ela estará oferecendo uma generosa sombra, felicidade para o dono da casa ou para a população e os motoristas que ali param. Sua sombra será disputada! No jardim a sua volta, a grama morre devido à intensa sombra. Algumas plantas começam a definhar. A competição com as raízes do fícus é impossível. Mais algum tempo e a calçada começa a rachar, o asfalto da rua levanta. As raízes começam, visivelmente, a mostrar sua força. Se elas encontrarem um muro ou parede pela frente elas não hesitarão em quebrá-lo para continuarem sua frenética busca por alimento e água. E ai fica a pergunta: Vale a pena o prejuízo??


Por isso é importante verificar e reavaliar o plano de arborização da cidade, levando em consideração todos os riscos de um plantio em locais impróprios, além de dar uma atenção especial à poda das árvores existentes. Em muitas cidades do país, o ficus já foi proibido, e as plantas são substituídas de forma gradual, a medida que, comprovadamente trouxerem prejuízo. Não é necessário gerar pânico, nem cortar de imediato as árvores (seria uma tragédia em pleno verão), apenas analisar bem o problema.

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