quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Ensaio sobre o Amor

Quem quer viver um amor, tem que estar preparado para as bordoadas da vida, pois em muitos casos aquele sonho encantado se mostra um pesadelo, ou no melhor dos casos, num sonho ruim.  O fim de um relacionamento costuma provocar uma reviravolta na nossa vida emocional, principalmente quando acontece de forma inesperada, ou quando a decisão é tomada pela outra pessoa. É um turbilhão de sentimentos que nos invadem e se misturam: insegurança, carência, raiva, saudade, dor, vingança. É um momento bastante delicado e atribulado, e as decisões tomadas, às vezes, são bem extremas, muitos se expõem, esperneiam, suplicam, outros se recolhem, mas seja qual for a reação, nenhuma afasta o sofrimento.
Perceber enfim, que todo esse sofrimento é unilateral aumenta e muito a dor. Todos os sacrifícios, todos os sonhos, todas as realizações deixadas de lado como se nunca tivessem representado nada, é algo frustrante. É como se você estivesse escrevendo uma linda carta de amor e depois de rasurar, apenas amassar o papel e jogar fora, no lixo. Todos aqueles sentimentos, ditos apenas da boca pra fora, agora são apenas um papel amassado em meio a outros, sem valor algum.
Onde está aquele amor tão grande que era capaz de enfrentar tudo e todos? Onde está aquele sonho de construir uma família linda e feliz? O desejo de viver novas aventuras parece que foi mais intenso, mais forte que as palavras de amor jogadas ao vento. palavras silenciadas, que depois vieram com uma desculpa vazia, sem fundamentos, sem a decência e a coragem de enfrentar cara a cara e apenas abrir o jogo. A verdade, apesar de ser dura e fria, ainda é a melhor forma de se libertar.
O objetivo não era desabafar, por isso peço o perdão dos senhores. Fiquem apenas com a certeza de que novos amores sempre surgirão, novas desilusões também. A diferença é que as desilusões vão tão rápido para o lixo quanto aquele amor descartado a troco de nada. E eu sempre vou estar preparado para um novo e grande amor.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Ficus, um lindo vilão!!

Foto: Angkor Thom/ Internet

Em tempos de aquecimento global, as pessoas desconhecem a importância de uma cidade arborizada. Os centros urbanos estão cada vez mais distantes da natureza, se cobrindo de materiais refletores e que contribuem para a criação de ilhas ou bolsões de calor, como piche, vidro, amianto, aço, ferro, entre outros, Por causa disso, o clima que já é semelhante ao do deserto fica bem mais quente e seco durante o dia e mais frio durante a noite. Infelizmente, em Arcoverde a história não é diferente, as árvores da cidade estão morrendo, e em seu lugar surge uma com alto poder destrutivo que muda a paisagem da cidade, e hoje se encontra em praticamente todas as ruas.

Há pouco mais de 20 anos, a cidade foi apresentada a um grande e lindo vilão, o popular Ficus (Ficus benjamina),vendido em diversos lugares e por um preço bem em conta, muitas vezes é a única opção disponível, e que fica lindo quando pequeno no vaso, podendo ter seu tronco trançado e parecer um “bonsai” muito ornamental, bom para presentes e decorar ambientes. Porém, seu plantio devia ser proibido, e não se trata de implicância com a "pobre árvore".

Nativa da Ásia e melhorada por viveiristas da Holanda, quando plantada no solo, fora dos vasos, suas raízes agressivas destroem galerias pluviais, de esgoto, fiações enterradas, fundações e o que mais houver pela frente, causando enormes prejuízos materiais. O problema é que, como o Ficus surgiu na cidade há tão pouco tempo, estas belas árvores ainda não alcançaram a idade adulta, mas daqui há alguns anos vamos ter um sério problema nas edificações da cidade e prejuízos públicos e particulares incalculáveis por causa desde lindo "bonsai". Suas raízes procuram por água e nutrientes sempre numa fome e sede intensa. Se encontrarem um cano pelo caminho, ótimo: servirá de fonte. 

Não contentes com a água ali absorvida, continuarão a procurar, penetrando cada vez mais na terra. Enquanto isso seu tronco, galhos e copa aumentam proporcionalmente. Neste momento ela estará oferecendo uma generosa sombra, felicidade para o dono da casa ou para a população e os motoristas que ali param. Sua sombra será disputada! No jardim a sua volta, a grama morre devido à intensa sombra. Algumas plantas começam a definhar. A competição com as raízes do fícus é impossível. Mais algum tempo e a calçada começa a rachar, o asfalto da rua levanta. As raízes começam, visivelmente, a mostrar sua força. Se elas encontrarem um muro ou parede pela frente elas não hesitarão em quebrá-lo para continuarem sua frenética busca por alimento e água. E ai fica a pergunta: Vale a pena o prejuízo??


Por isso é importante verificar e reavaliar o plano de arborização da cidade, levando em consideração todos os riscos de um plantio em locais impróprios, além de dar uma atenção especial à poda das árvores existentes. Em muitas cidades do país, o ficus já foi proibido, e as plantas são substituídas de forma gradual, a medida que, comprovadamente trouxerem prejuízo. Não é necessário gerar pânico, nem cortar de imediato as árvores (seria uma tragédia em pleno verão), apenas analisar bem o problema.

A Culpa é da Água

Quando pro Sertão eu voltei, me disseram que segundo a lenda "quem bebe da água de Arcoverde, não consegue ficar longe muito tempo". E hoje eu estou aqui, lutando pra ficar. Não quero nunca, deixar de beber dessa fonte!!

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Igreja X Homossexualidade

Muito se comenta sobre o fato da Santa Sé (o Vaticano) opor-se a união entre pessoas do mesmo sexo. O que falta é que alguém defina qual o real papel da Igreja. Vamos tentar fazê-lo agora. E que eu esteja livre da Excomunhão por tentar... 
Começando de baixo, vamos atentar ao papel dos Padres, que têm por dever de ofício preocupar-se com o que podemos chamar de “eterno”. Para a igreja, não se concebe imaginar a moral como algo passível de ser condicionada. Se Deus, por meio das Escrituras, disse que a homossexualidade é um pecado, quem somos nós, simples mortais, para desmentir o Altíssimo. A Sua palavra, em princípio, não pode ser objeto de negociação. 
Não nos restam dúvidas de que os textos canônicos não são nem um pouco simpáticos a homossexualidade. Apesar de algumas passagens do Antigo Testamento serem lidas como relativamente tolerantes (atenção especial aos trechos que falam do amor entre Jônatas e Davi, que muitos entendem como carnal, descritos em 1 Samuel, 18 e em 2 Samuel, 1), em geral a marca é a do opróbrio. Mas é no catecismo que o Vaticano dá nome as coisas. 
No catecismo, a Santa Sé qualifica as relações homossexuais ("homosexualitas relationes" – adoro ler essas coisas em latim) como depravações graves ("graves depravationes") e totalmente contrárias à lei natural ("legi naturali contrarii"). Ele afirma ainda que as tendências homossexuais são uma propensão objetivamente desordenada ("propensio objective inordinata"). Por fim, relaciona os pecados graves contra a castidade, e menciona, pela ordem: "masturbatio, fornicatio, pronographia et homosexuales usus". 
Mas não pensem que essa é uma exclusividade do catolicismo. Embora o conservadorismo de Roma em relação aos costumes sexuais seja "de jure" paradigmático, a tendência geral das religiões monoteístas pelo menos é a de condenar as variações menos comuns do ato sexual. 
A questão é que, na visão do Vaticano, o que está em jogo é muito mais do que direitos dos homossexuais. Como a moral é incondicionada, transigir num detalhe seria renunciar ao dogma. O que rui não é uma simples tradição, mas o próprio edifício lógico sobre o qual a igreja se assenta. Se o que Deus disse aos homens não precisa valer, é a própria igreja que não precisa existir. Seria injusto julgar os padres sem compreender o alcance e a importância dos dogmas para uma igreja que pretende permanecer "in saecula saeculorum", isto é, "pelos séculos dos séculos", o que equivale mais ou menos a "para sempre". 
Evidente que nem tudo é apresentado assim de forma tão óbvia. Compreender as razões do Vaticano não implica acatá-las. Ainda tenho esperanças de que a Igreja Católica pode evoluir e mudar suas posições, como já fez algumas vezes ao longo da história. Não podemos esquecer que tudo é uma questão de interpretação. Mudanças desse calibre, quando ocorrem, dão-se no tempo da igreja, que não é de dias ou de anos, mas de séculos. 
Os padres estão certos em zelar pelo que julgam ser a verdade, assim como os homossexuais ao lutar pelos seus direitos, torna-se lícito então perguntar onde está a verdade. Não acredito muito em verdades, mas isso não me impede de sabiamente proclamar o que para mim é uma verdade. 
Estou plenamente convencido de muito poucas coisas, mas uma delas é a certeza de que a única forma de promover a convivência harmônica entre as pessoas é renunciando à pretensão de impor ao próximo as minhas verdades, os meus deuses e os meus demônios. Se há um erro essencial no catolicismo (e em outras religiões), é o de pretender-se universal. Isso ele não é. Nem de fato nem de direito.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Samba de Coco Irmãs Lopes lançará o seu primeiro CD

O CD “Anda a Roda” é totalmente autoral
com composições de Leni Lopes, Ivo Lopes e Severina Lopes.
Considerado um dos grupos precursores do samba de coco na cidade de Arcoverde, Sertão pernambucano, o Samba de Coco das Irmãs Lopes lançará, no próximo dia 29 de novembro, o single “Anda a Roda”, primeiro CD do grupo. O show, que acontece a partir das 15h, em frente ao Museu Ivo Lopes, no bairro da COHAB 1, no município, contará com a participação de 21 atrações convidadas, entre elas, Irah Caldeira, Adiel Luna, Banda Feira de Manguaio, Samba de Coco Raízes de Arcoverde, Samba de Coco Trupé de Arcoverde, Samba de Coco da Malhada, além de troças culturais da região e uma peleja de poetas da cidade.
Composto por músicas de autoria dos integrantes Leni Lopes, Ivo Lopes e Severina Lopes, o disco foi contemplado com o Prêmio Funarte de Cultura Popular – Edição Mazzaropi 100 anos, do Ministério da Cultura. Na internet, já se encontra disponível o videoclipe da música que dá nome ao single, no qual o grupo sedimenta o projeto tão aguardado pela família Lopes.
De acordo com Rodolfo Araújo, diretor do videoclipe, “a ideia principal é apresentar a maneira como este folguedo alcança crianças, jovens e adultos, cada um à sua maneira, e de como o Samba de Coco das Irmãs Lopes foi e é fundamental para o desenvolvimento do movimento cultural da cidade“. E frisa: “Ele é de cada artista de Arcoverde, dedicado com muito carinho a Ivo, a Leni, a Biu Neguinho, a Dourada, a Dona Severina… a toda família Lopes“.
Confira o videoclipe “Anda a Roda”


quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Hoje o dia foi cheio de surpresas boas!!
Um dia de sol, após quase uma semana de muita chuva e frio...
Mais um convite para cantar em aqui em Arcoverde...
E dois encontros inesperados e pra lá de agradáveis... Minhas blogueiras favoritas: Annelise Querino (Inutilidades & Moda) e Amannda Oliveira (Blog Falando Francamente).
Espero que encontros assim se tornem mais frequentes... e por favor, mais demorados!!!

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Retomando o Foco

Hi People...


Andei meio perdido por aqui, mas agora estou retomando o foco e vamos dar continuidade ao "E Tenho Dito...".
Pra quem não sabe eu me mudei, larguei a vida caótica e badalada de Recife e voltei pro meu Sertão, meu torrão natal, Arcoverde, primeira cidade do sertão Pernambucano.
Sempre me lembro do filme "E o Vento Levou (Gone with the Wind, 1939), Rhett dizendo que é da terra vermelha de Tara que Scarlett tira sua força; o que faz com que ela perceba que poderá voltar sempre a Tara para se reabestecer e com a certeza que ali se reerguerá.
Foi exatamente isso que eu fiz (ou melhor, quase isso, já que não vou morar em Tara), na ânsia de recomeçar, eu decidi voltar ao lugar onde minhas forças se renovam. É aqui em Arcoverde, rodeado pelas serras, respirando esse ar, que eu me sinto forte.
E foi aqui que, há exatamente dois meses, eu decidi recomeçar!!!



Foto: Saulo Brito (Pôr do Sol na Terra do Cardeal)

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Meu Sertão

Meu sertão quando tá seco
É triste de fazer dó
Seca água nos açudes
A pastagem vira pó
Morre o gado no curral
E o galo no quintal
Não canta, pois ficou só

Chega a noite, o sertanejo
Olha o céu e desvanece
A nuvem escura sumiu
A barra desaparece
Vai dormir desconsolado
Acorda desanimado
E a tristeza permanece

Mas o nordestino é forte
Não se cansa de esperar
Mas um dia a sorte muda
É preciso confiar
Olha pro céu novamente
Sonha ver alegremente
A chuva logo chegar

E quando a chuva aparece
Até o pó vira lama
O Galo volta a cantar
O gado come na rama
Tendo chuva, tem fartura
Arroz, feijão e mistura
Toda noite amor na cama

E com chuva no Sertão
A natureza floresce
O sertanejo se alegra
E da mulher não se esquece
Não liga mais pra fraqueza
Nove meses, com certeza,
Menino novo aparece!


Paulo Gondim
"Nordestino, do sertão da Paraíba, viví em Brejo Santo, no Ceará e migrei para São Paulo, em 1969, onde resido e trabalho como advogado. Escrever, para mim, é uma necessidade. Não tenho estilo definido. Meus poetas preferidos: Augusto dos Anjos, Gonçalves Dias e o grande JOÃO CABRAL DE MELO NETO."